Brasília, urgente

Operadoras pedem reajuste três vezes acima da inflação

Após um reajuste médio de 5,5% nos planos de saúde empresariais em 2021, as operadoras estão pedindo aumentos de até 30%, ou seja, três vezes acima do IPCA – o que tem levado a negociações acirradas com as companhias que oferecem o benefício aos seus funcionários, informou o Valor Econômico.

Nos contratos com vencimento em fevereiro, o reajuste médio aplicado ficou em 17,72%, segundo levantamento da consultoria Arquitetos da Saúde com base em dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A correção de preço dos convênios médicos é calculada com base em dois indicadores: inflação médica, que foi recorde e ficou na casa dos 21% no ano passado, e a frequência de uso do plano de saúde.

Em 2021, houve um acúmulo de atendimentos devido à segunda onda da covid e dos procedimentos médicos não realizados durante o primeiro ano da pandemia. Dos 49 milhões de usuários com o benefício, 69% são da modalidade empresarial. Nesse grupo, também estão os contratos de menor porte com até 29 vidas, que têm mais dificuldades de negociação. Esse grupo é formado por cerca de 3,6 milhões de pessoas. O percentual de negociação varia muito conforme o tamanho da empresa contratante e o trabalho de gestão de saúde realizado com os funcionários.

“As operadoras estão pedindo entre 20% e 25% de reajuste. Esse é o percentual de partida, ainda há muita negociação. Mas é um ano difícil, com sinistralidade alta”, disse Leonardo Coelho, responsável pela área de benefício da Aon, consultoria que administra uma carteira com cerca de 2 milhões de usuários de convênio médico. 


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